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Projeto do Interior de SP prevê “UBER de Professores”: “A Modernidade Líquida”.

Em tempos de “modernidade líquida”, é possível que muitas nações sintam os efeitos da transformação global mais rapidamente do que outras.

Reforma trabalhista, terceirização, aplicativos para chamar por serviços e outros mudanças que vivenciamos em nossa pátria, decorrem, sob perspectiva filosófica, do anseio da sociedade moderna em estabelecer relações efêmeras e superficiais, inclusive no âmbito do trabalho.

Não possuímos ainda a consciência do quanto somos agentes dessas mudanças e o quanto agimos em sintonia com elas em nossas relações, sejam quais forem.

O mercado exige soluções mais rápidas (e com menos custos?). É uma crí†ica? É uma constatação.

Não é de se estranhar, assim, que o “movimento da uberização” atinja outros setores como os de estética, médico, manutenção automotiva, advocacia, entregas, reformas, “chefs” de cozinha, entre outros, que ainda surgirão.

Nos últimos dias veicularam-se notícias de projeto de prefeitura no interior de São Paulo (Ribeirão Preto) que prevê acionamento de docentes por aplicativos, mensagem de celular ou redes sociais, com pagamento de aulas avulsas, sem vínculo com o município, sempre que ausentes profissionais na rede municipal de ensino.

Após a convocação, o professor teria trinta minutos para aceitar o serviço e uma hora para estar na escola, caso contrário, outro profissional seria acionado.

Professores locais reivindicam que a ideia seja barrada, pois argumentam ser projeto inconstitucional, que fere o princípio da isonomia, ao tratar de forma desigual os professores “uberizados” e professores funcionários da prefeitura.

O Conselho Municipal de Educação (CNE) fez parecer contrário à proposta do Executivo, pois “a alternativa terá lacunas do ponto de vista qualitativo e criará regime laboral precário”.

Já a secretária municipal de educação da gestão defende a importância do projeto para a rede local de ensino, tendo em vista o objetivo de “solucionar a grave situação de ausências de professores em sala de aula, motivadas por faltas ou licença-saúde, em período inferior a 30 dias”.

Nesse ponto, todos sabemos das ausências de professores, por motivos diversos, porém qual seria o impedimento para a contratação de professores substitutos, que todos presenciamos em nosso histórico escolar?

A que título será efetuado o pagamento desses profissionais pela Administração Pública?

Ou seria apenas uma questão da “modernidade” e seus novos desafios batendo às nossas portas?

A única certeza que temos nesses “novos tempos” de intensas transformações é que mudanças ocorrem e que necessitam de questionamentos e reflexões profundas, ao menos por aqueles que não estão paralisados em suas angústias pessoais.

É de se considerar que tenhamos permitido, quase sem perceber, ocupados com outras bandeiras aparentemente mais importantes, que “a modernidade” batesse em nossa porta e sentasse em nosso sofá para tomarmos um (rápido) café.

Consequentemente, percebemos mais clara e palpavelmente, a mudança de valores da sociedade moderna adentrando em nossas vidas cotidianas. Nossa conversa, sobre os novos tempos, porém, será muito rápida, pois como constatou sociólogo humanista: “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”.

 

Fonte: Os Trabalhistas.

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